A Indústria 4.0
A quarta revolução industrial, ou indústria 4.0, é um conceito que se refere ao uso de tecnologias para maior automação e inteligência das operações industriais com ganho de produtividade. Para tal, são usadas tecnologias como sensores, Internet das Coisas, Big Data, Machine Learning e computação em nuvem.
No site http://www.industria40.gov.br/, temos a seguinte definição: “A quarta revolução industrial se caracteriza por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital e biológico.”
“O objetivo final da Indústria 4.0 é ter seu processo 100% autônomo e robotizado, sem a necessidade de interpretação humana sobre os processos. As mudanças e as atualizações poderão ser decididas e executadas pelas próprias máquinas e robôs.” — trecho retirado do artigo: A Quarta Revolução Industrial – Como ela afetará o seu negócio?
Apesar de não ser um termo novo, sendo usado pela primeira vez em 2012, se mostra bastante desconhecido no Brasil e carece de maior consciência nas empresas brasileiras. Segundo dados de 2018, apresentados pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), menos de 2% das organizações do país estão verdadeiramente inseridas nesse conceito, o qual tem capacidade para movimentar US$ 15 trilhões nos próximos 15 anos, também de acordo com a ABDI.
A digitalização do processo produtivo deve atingir 21,8% das indústrias brasileiras em uma década, de acordo com pesquisa realizada em 2017 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A Inovação 4.0
O termo Inovação 4.0 reconhece um momento que demanda novos processos de gestão da inovação. Os processos de gestão da inovação já vêm sendo discutidos nos últimos anos, e sempre foi tema importante nos ambientes de startups, mas ganhou muita força ultimamente nas organizações ao redor do mundo. A crise causada pela pandemia deu uma “sacudida” em muitas empresas, forçando movimentos rumos à inovação e exigindo maior adaptação à experimentação e ao risco.
Inovação é a ação ou o ato de inovar, ou seja, modificar antigos costumes, manias, legislações, processos etc.; efeito de renovação ou criação de uma novidade.
O Consumidor 4.0
Esse novo consumidor 4.0 não quer apenas produtos, apesar de bons produtos serem fundamentais, ele quer algo mais completo, quer conveniência, quer melhor experiência (pois é mais conectado), tem relação fácil com a tecnologia e como consequência, é mais exigente.
Muitas empresas se dizem centradas no cliente, mas fundamentalmente, apenas afirmação e desejo não são suficientes para orientar empresas rumo ao novo desafio. Empresas realmente centradas no cliente são tecnologicamente capazes de observá-los de perto, conhecer suas jornadas, seus comportamentos — tudo isso analisando dados. Para isso, o uso de tecnologias como IoT, Big Data e Machine Learning são fundamentais.
A Transformação 4.0
A transformação 4.0 é o processo de adequação da experiência e conveniência esperada pelos novos comportamentos dos consumidores — por meio de monitoramento e análise — e trazendo maior compreensão do uso de produtos e serviços e das jornadas integradas (física e online), permitindo maior refinamento de suas ofertas e ajustes contínuos, garantindo ao mesmo tempo o foco na relação humana, tão importante neste processo.
A Revolução 4.0
O termo revolução 4.0 está muito ligado ao conceito da Indústria 4.0, mas é melhor conectar este termo a todo esse movimento 4.0 que surgiu, o que mostra um olhar mais amplo em um mundo que se transformou com a nova geração de consumidores, com novos comportamentos, com novas exigências e necessidades, com novas tecnologias exponenciais e transformadoras e, que com certeza, está mudando relações de consumo, bem como a forma e o futuro do trabalho.
A organização da TI na revolução 4.0
Agora que você conheceu um pouco mais sobre os componentes da revolução 4.0, descubra qual é o papel da TI nesta revolução. Continue a leitura.
Inovação e transformação digital não são papéis exclusivos da TI, elas servem como apoiadores, facilitadores e, com certeza, integradores. O papel de promoção da revolução 4.0 é da organização como um todo e os seus executivos devem disseminar uma cultura adequada.
Em um artigo da MITSloan Magazine, “Building Digital-Ready Culture in Traditional Organizations”, cuja tradução mais adequada é Construindo uma cultura “pronta para o digital” nas organizações tradicionais, é dito que colocar a empresa em forma digital não significa abandonar tudo o que a fortaleceu, pois muitas empresas tradicionais confundem o processo de estarem prontas para o digital com processos de empresas nascidas digitais.
É importante entender as características de cada empresa e como elas operam, por exemplo:
- Ao analisar simplesmente a operação da Amazon e entendê-la como uma empresa que lança novos negócios rapidamente — e impulsiona repetidos ganhos de eficiência nas operações — é apenas um olhar sobre uma perspectiva, pois de outro ponto de vista, ela é menos admirada pelo que pode ser visto como uma relação intransigente com parceiros e colaboradores.
- A Uber, se analisada igualmente, é reverenciada por sua capacidade de inovar serviços com agilidade. Mas muitos observadores estão consternados com a maneira que ela talvez explore motoristas.
O que já é forte nas empresas tradicionais deve ser potencializado com o digital, criando meios para alcançar consumidores mais exigentes e sedentos por conveniência e novas experiências. Um exemplo disso é a Nike, que lançou em 2018 a loja Nike House of Innovation, na Quinta Avenida, em Manhattan, onde busca mexer com as emoções, cativando e envolvendo todos os sentidos de seus clientes. Além do fato de a Nike criar inúmeros aplicativos que são integrados a sensores nos tênis e demais artigos esportivos, que mais tarde combinam essas capturas em grandes “Big Datas” que são processados por Machine Learning e no final oferecem experiências além de uma simples fabricante de artigos esportivos.
O papel da TI, neste contexto, é conectar a Industria 4.0 com o Consumidor 4.0, sendo o consolidador da transformação 4.0 e da cultura do “pronto para o digital”. Lembrando que este mindset é de toda organização, porém consolidado pela TI. É nela que são concentradas todas as estratégias de captura de dados, é ela a mantenedora dos dados, bem como promotora da automação inteligente, integração de legados e complementação dos gaps do ERP e CRM dentro da organização. Também, neste contexto, hoje possui papel estratégico fundamental como membro do conselheiro das empresas (das que precisam estar prontas para o digital).
Algumas adaptações na TI para promoção da revolução 4.0:
- Entender os quatro principais valores da cultura digital: impacto, velocidade, abertura e autonomia.
- Adotar ou refinar várias práticas críticas, incluindo experimentação rápida, auto-organização, tomada de decisão baseada em dados e uma obsessão por clientes e resultados.
Apoiar e promover conveniência e maior experiência aos clientes, melhorando o desempenho operacional, alinhado às expectativas e necessidades dos clientes e suportando inovação e transformação por meio da experimentação e feedback como forma contínua de cocriação de valor. Esse é, sem dúvida, um resumo da orientação da TI nesta revolução. E neste contexto, vamos batizá-la de TI 4.0.
Premissas e previsões a serem consideradas
Abaixo listamos algumas premissas e previsões do Gartner (artigo: Predicts 2020 – Resilience in Industrie 4.0 for Advanced Manufacturing Builds on Data and Collaboration Models), que são importantes para a indústria 4.0 e para o momento de pandemia.
- Até 2024, após a pandemia da COVID-19, mais de 30% dos fabricantes (indústrias) terão mudado seus modelos de negócios, em comparação com apenas 10% antes da crise.
- Até 2022, metade de todos os programas de transformação da Indústria 4.0 falharão porque não estarão vinculados, acompanhados e medidos por estratégias de gerenciamento de mudanças pela liderança.
- Em 2023, metade de todas as implementações bem-sucedidas de inteligência artificial (IA) na indústria serão conduzidas por uma colaboração do CIO (Chief Information Officer) com o CDO (Chief Data Officer).
- Até 2021, metade dos fabricantes (indústrias) não terão se recuperado dos impactos da pandemia do COVID-19 devido à análise inconsistente das dependências do ecossistema.
Conclusão
A transição ou mudança de cultura é um ponto de muita atenção. Pode ser o sucesso ou a falha de muitas empresas, principalmente neste momento de pandemia e depois dela.
A revolução 4.0 é a revolução do “valor”. Para promover valor as empresas precisarão tornar suas operações eficientes e focar a energia que antes estava direcionada na operação, em cuidar agora da compreensão do cliente, permitindo a inovação e adequação/transformação rápida e constante como forma de pensar e agir.
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Por Emauri Gaspar, Cofounder da Run2biz